Copa, eleições e promessa do Hexa. Parece 2014, mas será 2018. Isso também na economia e no varejo. Dados do índice mensal do comércio mostram que voltamos a níveis de venda e consumo de antes do último mundial de futebol no Brasil. O volume de vendas, que de 2014 a 2016 acumulou retração de 20%, começou a reagir. Isso deve fazer com que o comércio e os serviços fechem 2017 com um resultado positivo. O próximo ano parece ser de recuperação econômica e crescimento do consumo.
As empresas têm-se estimulado com os últimos resultados da economia, como a redução da taxa de juros e, principalmente, com o aumento do consumo, um dos pilares do varejo. Em novembro, a Intenção de Consumo das Famílias chegou a 80,2, maior patamar desde junho de 2015. O índice, calculado pela CNC, foi o maior desde julho de 2015.
Contribuíram para este resultado políticas econômicas, como a redução da taxa de juros e mesmo a liberação dos recursos do FGTS inativo, que injetou R$ 44 bilhões na economia. No começo de dezembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa Selic para o menor nível desde 1986. A taxa, que desde outubro de 2016 tem ritmo constante de queda, deve fechar o ano em 7%.
“O varejo tem muito a ganhar do que foi feito recentemente. Não só o varejo vai crescer em linha com o PIB ou mais, mas o varejo vai se beneficiar do corte da Selic”, projeta Gustavo Cruz, economista da XP Investimentos. Para ele, esses efeitos serão sentidos especialmente no primeiro semestre de 2018.
Já a economia do País também deve sair do vermelho. A projeção do mercado é de um crescimento do PIB em torno de 1% – a primeira variação positiva desde 2014. Para analistas, porém, o País ainda tem juros altos, especialmente para empresários e consumidores. “Esse foi um ano de transição. Já houve sinais de melhoria, seja na queda de inflação, seja na taxa de juros, mas de uma forma ainda muito tímida”, diz Nunes, da KPMG. Maurício Morgado, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV-EAESP, concorda. “Em 2017, paramos de sangrar e em 2018 a gente começa a ter uma retomada”.